Pierre Bourdieu (1930 — 2002) foi um sociólogo francês, und dos teóricos mais influentes no pensamento francês na segunda metade do século XX.

Desenvolveu a sua teoria em torno dos conceitos de campo, habitus e capital. O seu pensamento, conhecido como estruturalismo construtivista, propõe para o conceito de campo, a ideia de um espaço estruturado de relações dos atores sociais, espaço de disputa por hegemonias ou elementos simbólicos, (capital).O Habitus é um sistema de disposições incorporadas, tendências que organizam as formas pelas quais os indivíduos percebem o mundo social ao seu redor e a ele reagem. Expressam-se em termos de classe social, religião, nacionalidade, etnia, educação, profissão etc.), como o habitus é adquirido através de mimesis (onde a educação tem um papel reprodutor) e reflete a realidade vivida a que os indivíduos são socializados, sua experiência individual e oportunidades objetivas. A ideia de Habitus representa a forma como a cultura do grupo a história pessoal moldam o corpo e a mente e a partir das quais se constituem e moldam as ações no presente.
Ao longo dos anos 60 e 70 Bordieu desenvolve uma análise sobre a evolução dos sistemas escolares, no âmbito do seu projeto igualitarista e universalista. Segundo Bordieu, a Educação não contribui para a a ultrapassagem das desigualdades socias.
O processo de universalização dos sistemas de ensino, ao longo dos séculos XIX e XX tinham como pressuposto que a escolaridade e em particular a ação das escolas, contribuíam, no tempo para a resolução dos problemas do desenvolvimento económico e da formação de cidadão, livres e responsáveis. Uma função funcionalista da escola que lhe atribuía um papel de ultrapassar os atrasos económicos e a ultrapassagem dos bloqueios gerados na sociedade na transição das sociedades tradicionais, com as suas hierarquias e teias de relações simbólicas.
Os movimentos sociais ao longo dos últimos anos forma questionando os resultados das políticas educacionais. Ao invés do esperado, a igualdade e as movimentações dentro do campo social não se verificaram. A modernização a democratização e das sociedades não levou a uma alteração substantiva na regulação social. A teoria de Bordieu dá conta dessa distinção entre os fins e a realidade, operando uma consciência do contributo da educação para o prolongamento das desigualdades e da dominação social.
O proposta da Sociologia da Educação de Bourdieu vai partir da necessidade de dar autonomia ao aluno, aos professores e à organização escolar para incorporar a questão da desigualdade como uma questão do trabalho educacional através da escula da realidades concretas dos alunos, dos professores e da sociedade.
[1] https://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a03v2378.pdf, A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE PIERRE BOURDIEU: LIMITES E CONTRIBUIÇÕES CLÁUDIO MARQUES MARTINS NOGUEIRA * MARIA ALICE NOGUEIRA **