Jean Baudrillard e a prática educacional radical

Jean Baudrillard (1929-2007) foi pensador francês complexo e com humor que alcançou notável originalidade e perspicácia na sua reflexão feita sobre o cruzamento da sociologia, estudos culturais, teoria da média, economia política, semiótica e psicanálise. Todas essas áreas contribuíram para uma reflexão profunda sobre o caráter de nossa era que categoriza como “hiper” capitalista. Foi um pensador radical

O questionamento radical de Jean Baudrillard sobre o caráter dos signos, símbolos e simulação em nossa era pós-moderna aponta para a necessidade de reconsiderar o papel das práticas educacionais contemporâneas como um possível local de resistência ao “código”. Na sua pedagogia da sociedade de consumo

Pensador teórico da esquerda francesa, Baudrillard procurou criar uma estrutura teórica alternativa alguns dos postulados estruturalistas e da economia política marxista clássica, procurando repensar a toeira social. Esse projeto pós-estruturalista e pós-modernista fundaram-se nas propostas da filosofia de Nietzsche e Heidegger e na linguística de Saussure. A proposta a abordagem comunicacional sobre os discursos descontroi a metafísica e propõe uma filosofia mais próxima da vida e um conhecimento fudado sobre a experiencia.

O seu primeiro livro, editado em 1968, O sitemas dos Objetos, aborda o processo de consumo nas sociedades modernas, com base numa critica ao sistemas de produção capitalista das relações sociais, que segundo Brudrillard passaram a ser mediadas por objetos que cria ralações de consumo. Baudrillard procura compreender essa nova forma que chama “hiper” capitalismo com base nas tecnologias avançadas, que faz emergir experiencias virtuais e simuladas. No seu relato da “implosão de sentido” gerada na proliferação de signos e a redução do signo à condição de mercadoria aponta para a experiência simultânea da perda da realidade e do encontro com a hiperrealidade.

De seguida, Na Sociedade de Consumo (1970) descreve como os consumidores compram o “código” dos signos, em vez do significado do próprio objeto. Na sua análise do processo pelo qual o signo deixa de identificar um objeto ou o seu significado implícito, descreve como os signos se fundem numa pluralidade de “códigos” coesos mas caóticos, que produzem, segundo a sua análise, um “assassinato da realidade”.

Este rutura caótica produz uma totalidade que se impõe, num processo totalitário criando uma combinação da “violência da imagem” e “implosão dos sentidos”.

Política, religião, educação, qualquer empreendimento humano é arrastado e absorvido por esse processo e, em última instância, neutralizado; qualquer atividade libertadora torna-se cúmplice da reprodução de seu oposto. “O código é totalitário; ninguém escapa: nossos voos individuais não negam o fato de que participamos a cada dia de sua elaboração coletiva. ”[1]

Mais recentemente, a preocupação de Jean Baudrillard com o simulado e seu questionamento radical sobre o que resta do “real” o levaram a declarações provocativas como “a guerra do golfo não aconteceu” [2] e “o colapso das torres do mundo Trade Center é inimaginável, mas isso não é suficiente para torná-lo um evento real. ”[3]

O questionamento radical de Jean Baudrillard sobre o caráter dos signos, símbolos e simulação em nossa era pós-moderna aponta para a necessidade de reconsiderar o papel das práticas educacionais contemporâneas como um possível local de resistência ao “código”. A educação é invariavelmente cúmplice do “assassinato do real”

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