Emília Ferreira e Ana Terbosky e a Psicogénese da Alfabetização

Na sequência dos trabalhos de Piaget, Emília Ferreiro e Ana Terbosky duas psicólogas educacionais argentinas revolucionaram os processos de alfabetização através das suas análises dos processos de aprendizagem da leitura e da escrita das crianças.

A influência dos trabalhos destas psicólogas desenvolvem-se a partir dos anos oitenta, com o seu trabalho “A Psicogênese da Escrita” primeiro na América do sul, na Argentina e Brasil, influenciando os programas escolares e o trabalho de alfabetização ne escolam sobretudo na primeira infância.

A “Psicogênese da Língua Escrita” é uma análise dos processos de aprendizagem da leitura e da escrita nas crianças. Não é um método de aprendizagem, mas apresenta reflexões e conclusões que questionou os métodos tradicionais e alfabetização.

O construtivismo defendido por Piaget no campo do conhecimento (que fixou conhecido pela epistemologia genética) defende o papel ativo do sujeito na criação e modificação de suas representações sobre o objeto do conhecimento. Na educação, e mais propriamente no processo de formação da leitura e da escrita os trabalhos e Emília Ferreiro e Ana Terbosky acentuam a relevância que a participação ativa da criança tem na construção das suas aprendizagens. Ela revela que a sua implicação na construção do conhecimento é uma questão relevante. A “criança constrói o seu próprio conhecimento”, o que leva a que o foco das aprendizagens, em particular a aprendizagem da leitura e da escrita seja transferido do objeto da aprendizagem, (o conteúdo do que é ensinado) para o sujeito que aprende.

De acordo com a teoria de Piaget o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde ás diversas etapas de desenvolvimento cognitivo, da sua assimilação por parte de cada criança, da sua necessária acomodação às estruturas pré-existentes. Tudo isso leva algum tempo, e através da sua interiorização permite os “saltos” ou rutura epistemológicas do formal para o concreto e abstrato.

Finalmente, os trabalhos da hipótese de conhecimento destas psicólogas, revelam também que não é através da repetição do que se ouviu (memorização) mas sim do entendimento sobre o erro. O erro demonstra o que é aprendido e dessa forma é relevante fazer sempre o exercício da autoavaliação.